segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Como viver com este Orçamento?


Parece-me legítima a pergunta. E não estou a querer respostas tipo revista"cor-de-rosa" que ensina a aproveitar os restos da comida ou a cerzir meias. A questão é como viver com dignidade depois deste Orçamento estar em prática.
Neste Governo, que se vangloriava de ir "endireitar" as Finanças do País, tudo deu errado. Nem uma previsão ( ao menos uma, que diabo) deu certo. E o grande desiderato ( o malfadado défice) esfumou-se em três tempos.
Como já aqui se disse o "grande capital" deste Governo era a aceitação das medidas de austeridade por uma enorme parte do Povo. Num dia conseguiu queimar essa valiosa confiança.
O ministro Gaspar que apareceu rodeado duma aura de grande sapiência já demonstrou que, afinal, não é assim tão sapiente e que se fosse outro a errar o que ele errou (simplesmente tudo!) já estava a fazer gráficos em Excel e apresentações de Power Point , na casa dele há muito tempo.
Imensos jornais estrangeiros relatavam hoje que o Povo português estava a atingir um perigoso limite...E já a Lagarde dizia que desculpassem "lá qualquer coisinha" mas afinal o modelo utilizado estava errado e não servia. Pareceu-me a anedota do vendedor de pára-quedas que enaltecia sempre a garantia do seu produto e que se tivesse qualquer problema e não abrisse, que o comprador fosse lá que ele devolveria o dinheiro...
No Orçamento agora apresentado a descida do défice baseia-se em 81% (sim leram bem,81%) no aumento da receita ( leia-se impostos ) e 19% na despesa (leia-se quase tudo em despesas com pessoal). Aqui o Governo já não segue a receita da troika! Afinal , e é preciso dizer isto, não há "gordura" para cortar no Estado ( a não ser meia dúzia de tostões para "inglês ver"). A "gordura" cortada é colocar funcionários no desemprego,desmantelar os serviços públicos e carregar de impostos a classe média ( que vai deixando de existir) até à asfixia completa. Não é possível viver assim! Para que é que queremos as contas equilibradas( mas nem isso e cada vez pior...!)se morrermos de fome ? Na morte há um "estado de equilíbrio perfeito" ...É isso que que se quer?
A mim parece-me que já chega!
Já percebemos que não sabem o que estão a fazer. Que se inspiraram em modelos errados. Que estão de "cabeça perdida". Que não fazem uma única coisa certa. São maus governantes,maus técnicos e maus políticos.
Por mim chega mesmo!
FC

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A hora das ideias?

"Grandes mentes discutem ideias
Mentes médias discutem factos
Mentes fracas discutem pessoas".

Esta citação é atribuída a Anderson Martin mas não se sabe,com rigor, a quem, originariamente pertence. Pouco importa isso! O importante é que estamos numa altura ( não é sempre altura para isso?) de discutir ideias.
É certo que vemos por aí afirmações que parecem querer fazer-nos acreditar que não há nada para discutir; que os caminhos são únicos e inevitáveis. É por isso que é preciso e urgente reinventar caminhos.
Não tenhamos dúvida: são os pensamentos que mudam o Mundo! Pensamentos precisam-se!!!!Mas "pensar" aprende-se, até porque as ideias quase nunca são um processo " arquimedaico" dum "Eureka" saído do nada. Tiremos as ilusões: pensar e "ter ideias", o processo dito "criativo", dá muito trabalho e exige muito esforço.
Com a ostracização que, na nossa escola, as disciplinas fora daquilo a que se chama, área"técnico-científica" foram votadas, o aprender a pensar ficou comprometido. E logo agora em que todas as zonas do "saber" parecem ter encontrado "pontes" entre si!
Citemos Miguel Torga a propósito da pobreza que é, não ser capaz de refletir sobre múltiplos assuntos. Dizia o médico e escritor: " Quem só sabe de Medicina e tudo sabe de Medicina, nem médico sabe ser".

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Subversão

No meu post anterior falava de como penso que as coisas estão a mudar.E quando digo "coisas" quero dizer exatamente "a perceção que temos das coisas".
Os últimos dias no País têm sido de "loucura" quase completa. Os acontecimentos todos os conhecemos ; as suas interpretações são muitas ( mas agora muito mais "coincidentes" do que eram há algum tempo atrás) e as " apostas no futuro" são quase tantas como o número de apostadores.
Tempo de viragem é certo! Mas tempo "incerto", também é certo. E as incertezas fazem-nos sempre medo...Penso que a grande lição a tirar das manifestações do último sábado é que as pessoas começam a colocar os "seus medos" um pouco de parte. Mas o medo fulcral que nos tolhe é o medo de perder aquilo que consideramos " certo"! Confuso,não é ? Pois é!!
Tudo isto a propósito dum(?) "pensamento inicial" meu : Como mudar o que é imutável? Como subverter o que parece inquestionável? Como sonhar a partir do concreto? Como concretizar os sonhos? Como transformar em prática os nossos pensamentos teóricos? Como colocar as teorias, os sonhos, os estudos, as reflexões ao serviço das pessoas? Como não perder, as pessoas, como o sentido último de todas coisas?